sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ela em Mim


Cansada de tentar, então ela se perdeu
E se achou em outro novo amor
Que novamente a deixou...
E mais uma vez tentou, viver apenas de amar
Foi intensa em suas dores, aguda em seus clamores
E enfim, se amargou. Chorou, entristeceu e nunca mais voltou.

Sempre a observar, nunca tive a coragem
Dizer o que gritava dentro de mim, calei.
A vi se entregar a outros homens.
Todos iam embora. Eu estava ali, mas nunca falei.
Ela foi e voltou para mim, e nunca foi minha.
Talvez se eu tivesse dito, contudo tive medo.

Por receio, adiei a vida.
Sempre para depois a deixei.
Prolongando o agora feliz, embruteci.
Quando adiamos o amor, perdemos a vida.
A cada dia eu amei sozinho, dilatei-me só.
Apenas olhei ela passar, cada dia um vestido diferente
Mais bonita e tentando sempre amar.

“Meu amor por que nunca me notou?
A todo tempo tentei me fazer vista
Amei sem amor outros homens
Fui intensa pensando em você
Mas por mim, nunca se interessou.”

Emudeci quando li o que não acreditei
Ela sempre esperou por mim
E eu sempre hesitei, contudo desta vez não.
Corri ao seu encontro... Mas sua alma já não estava ali.
Partiu e levou-me para um inverno profundo
Nunca mais sorri, não podia.
Perpetuei tanto o meu amar
Que ele se findou em sangue... Ela se foi sem mim.

Nunca mais amei, e com ela em minha mente fiquei.
Lembro seu vestido balançando
E agora sei, ela passava ali para que eu a visse.
Eu a notei!
No entanto, fui fraco demais para me entregar
“Eu era novo demais para saber amar”.


(Mémorias de um autor desconhecido de si mesmo)