E se achou em outro novo amor
Que novamente a deixou...
E mais uma vez tentou, viver apenas de amar
Foi intensa em suas dores, aguda em seus clamores
E enfim, se amargou. Chorou, entristeceu e nunca mais voltou.
Sempre a observar, nunca tive a coragem
Dizer o que gritava dentro de mim, calei.
A vi se entregar a outros homens.
Todos iam embora. Eu estava ali, mas nunca falei.
Ela foi e voltou para mim, e nunca foi minha.
Talvez se eu tivesse dito, contudo tive medo.
Por receio, adiei a vida.
Sempre para depois a deixei.
Prolongando o agora feliz, embruteci.
Quando adiamos o amor, perdemos a vida.
A cada dia eu amei sozinho, dilatei-me só.
Apenas olhei ela passar, cada dia um vestido diferente
Mais bonita e tentando sempre amar.
“Meu amor por que nunca me notou?
A todo tempo tentei me fazer vista
Amei sem amor outros homens
Fui intensa pensando em você
Mas por mim, nunca se interessou.”
Emudeci quando li o que não acreditei
Ela sempre esperou por mim
E eu sempre hesitei, contudo desta vez não.
Corri ao seu encontro... Mas sua alma já não estava ali.
Partiu e levou-me para um inverno profundo
Nunca mais sorri, não podia.
Perpetuei tanto o meu amar
Que ele se findou em sangue... Ela se foi sem mim.
Nunca mais amei, e com ela em minha mente fiquei.
Lembro seu vestido balançando
E agora sei, ela passava ali para que eu a visse.
Eu a notei!
No entanto, fui fraco demais para me entregar
“Eu era novo demais para saber amar”.
(Mémorias de um autor desconhecido de si mesmo)
Seu cheiro empreguinava todo meu hálito
Embriagava-me com seu gosto agridoce
Sublimamente estúpida o seu precipitado
Do outro lado do telefone, o silêncio
O tédio paira entre nós.
Um copo de uísque gelando o calor frio do seu gosto
O seu olhar petrifica meu coração inexperiente
Você desdenha do meu amor
Quer sangrar meu coração.
Pregava o seu retrato em tudo para lhe esquecer
Lembrava a toda hora que sim, existia
muita mais, além de uma aventura de verão.
Mas então, evaporou. E você não precisa mais de mim.
Eu quebro os espelhos para não olhar as marcas
Antes de sair, matou-me com uma flor
E disse adeus sem palavras.
Foi embora, me esqueceu
Enquanto eu, catava os cacos dessa paixão.
Agora você volta e deseja queimar meu corpo novamente
Mas é tarde, acordo cedo para um novo eu.
E não quero mais você.
Vá embora agora, antes que eu mude de ideia
Cometer os mesmos erros é minha diversão.
Minhas palavras mentem o meu olhar.
Você sabe, eu te adoro.
Mas é tarde...
Por isso vá.
ora, como explicar o que é tão obvio
e tão complicado de descomplicar?
Sou assim, pratico o desapego e me apego mais.
Quanto mais fujo mais perto chego.
Deve ser o gosto de problema que me excita
Por que insisto tanto em cometer sempre os mesmos erros?
Outra vez, novamente vou dando corda...
E no fim, eu que me enforco!
Deveria ter aprendido em outra estação
Mas não, meu trem sempre para na mesma.
Porque olhar você me faz lembrar quem já se foi em minha vida
Às vezes me questiono se eu penso em você ou no outro
será que quando te vejo, vejo você no outro?
Talvez essa seja minha contradição e síntese.
Mas enquanto isso eu vou deixando acontecer
Naturalmente, nada pode não dar certo
Mas quando chegar a hora será que eu pulo desse trem?
Já te gosto de longe, sem toque, sem pele
Haverá arrepio, ou o suspiro será em vão?
É você capaz de ir além de nós?
Caminhar juntos, lado a lado e separados?
Liberdade! É tudo o que quero e só é possível estando acorrentados
Pois nada mais livre, que estar grudado.
Já falei, falo sem nexo...
Contudo, em entre linhas falo tudo que quero
Espero o desejo do meu maior desejo.
Te quero e é só isso que precisa saber
Porque quem sabe além disso pode se machucar...
Eu posso ir muito mais além, parada
sem sair nunca do meu lugar.
E mais uma vez te repito...
Só estou aqui porque é você que quero!
De ao longe sorri com o seu riso.
Cansei de esperar que você venha até mim
Encoste seu braço e me deixe em êxtase.
Hoje, tudo que eu quis foi te abraçar
Comemorar sua vitória, beijar sua boca
te chamar de campeão, meu campeão.
Cansei de dançar essa dança
Sem música, com um flerte meio incerto
Imaginando como será, enquanto não nada é.
E desejo seu beijo, seu toque, e sua voz rouca eu meu ouvido
Só de pensar, sufoca a respiração e um leve sorriso canto boca.
É seu jeito marrento, que me provoca e me entorpece
Me faz querer você mais do que sempre quis.
Cansei dessas reticências, das meias palavras
A duvida me sucumbe, será timidez ou você não está nem ai
Além do mais, tem outras coisas... Não é só por ti
Realmente, coração confuso, sentimentos confusos
Contudo, não lamento mais decepções
Não fujo de outros abismos,
Foi neles me jogando que aprendi a voar.
Cansei de tudo... e tenho o fôlego novo para tudo
Vamos, me dê a mão e pule!
Eu quero mostrar que sei amar muito mais que já amei
Eu quero acreditar que existe o amor
E não importam suas limitações
Eu cansei de tudo que é clichê
Me dê à mão, e vamos
Caminhe comigo, lado a lado
Um só coração.
Apaixonei-me pela ideia de estar apaixonada.
Foi pela idealização de um amor que nunca existiu.
Apaixonei-me, apaixonadamente, pela intenção de amor sublime.
Quis me entregar a você, não por quem você é
Mas pela ideia que criei de você.
Sim, eu criei você.
Eu criei todos os meus amores e nunca amei
Vivi todos os momentos felizes sem nem ter acordado.
Era tão real os meus sonhos que acreditei.
Fui sua diversas vezes, sua das maneiras mais sórdidas e cálidas.
Flertei, desviei olhares, sorri
Fingir ser quem não era, representei tão bem.
Meu teatro da vida foi tão intenso que não percebi que dormia
Que sonhava e suspirava com ideias.
Acredito ser como proteção,
Enquanto platonizo, preservo o meu coração
não machuco feriadas ainda latentes de uma outra idealização.
E ainda bem que foi só sonho, e que a decepção não foi real
pois de fato, você nunca existiu.
Nunca foi além de uma ideia de amar.
Pois guardo em mim um amor, que é meu, só meu
E não será de mais ninguém, além dos meus voos fora da asa.
Porque, de fato, amar eu nunca amei.
Sou eu e você, apenas uma ilusão.
