terça-feira, 28 de julho de 2009

Preto e Branco


Metade de mim é o nada,
A outra não existe.
Concretizo-me em palavras,
Que cortam, sangram e no fim,
o vento as levam.

Ninguém me enxerga,
Em preto e branco vivos,
Estou inerte, passam e ninguém me nota.
Mas como poderiam se está escuro,
Se a luz apagou o mundo,
Caem-se sempre em tentação?

Sei lá, tudo é sempre assim.
Nada fora da rotina,
Nada que não foi programado antes.
Esta tudo sobre o controle
Nada caindo em contradição.
No exato lugar onde nunca esteve exato.

Ninguém nunca enxergou o sangue vibrante
Sempre corrente nunca parado,
Indo e voltando, pulsando e calmo,
De todas as cores, raças e religiões,
Sangue que corre em mim.
Mas ninguém me viu, pois talvez não exista,
Talvez seja você, e só talvez seja eu a existir aqui.