sábado, 28 de fevereiro de 2009

Outono



Meu mundo é frio e melancólico,
Mesmo quando vem a mim o sorriso estonteante,
Ou deixo escapa-lo.
Na felicidade, minha vida é deprimida.
Não sou quem fala por mim.

O outono é o começo da expressão
Límpido, puro, sangue e ventre.
Começo a viver, mesmo não sentido o fôlego ou a brisa.
Meu mundo não é mais ideal, converte-se em insanidade.
Mas mesmo assim, és a vida que sempre habitou aqui.

O rio espelha minha alma, o começo sem fim.
Bebi a felicidade da tristeza e hoje só isso me traz aqui.
O só, foi o que eu quis, o escolhido, mas foi-se sem mim.
Deixou-me aqui sem saber quem era, mas aos poucos volto sentir.

Inconsciente, digo, penso faço, escrevo por alma
Quando me acho parada, perplexa, em fim.
O outono me remete a existência.
Traz-me liberdade palpável, consistente, verdadeira.
Traz minha inocência e minhas roupas brancas,
tingidas com meus pensamentos negros, escuros, obscuros, infortúnios.

O peso é mais denso que a massa,
O chão povoado de secas folhas,
E meu corpo inerte, desfrutando da minha redenção
Vem-me a água límpida, meu sorriso, desejo.
Apenas por instante, acredito em tudo que nunca vivi.