domingo, 7 de outubro de 2007

Desistência


O que fazer quando estar preso numa cela imaginária cortando os pulsos com um canivete imaginário?
Eu choro lágrimas de sangue e das minhas feridas saem pus.
Eu tento,tento,tento e não consigo nada.
Eu me suicido todos os dias mas alguém não quer que eu morra.

Esse mundo cinza é melhor do que a escuridão,que por ai vem vindo.
Por que será que tem sempre apostando em mim quando eu já desisti?
Estou numa estrada mas não sei pra onde vou
E o pior é que eles que vão comigo também não sabem.
Estamos todos perdidos a espera da morte.

São as coisas simples que são extraordinárias mas eu não sou sabia para ver.
E a minha ignorância não permite minha sabedoria prevalecer.
Bem que o tempo poderia voltar,só mais uma vez.
Eu vivo por viver
Eu já desisti há muito tempo.
E já não mais tento para não fracassar mais uma vez.

Se For


Se for para acabar,não quero ir tão longe.
Se for para não entender,não quero que me explique.
Se eu não perguntar,não quero respostas.
Se for para nos amarmos,não quero um amor platônico.
Se for para arriscar,quero ir com tudo.
Se for pra chorar,vou esgotar minha última lágrima e depois voltar a sorrir.
Se for pra olhar o céu,quero contar as estrelas.
Se for pra gritar,gritarei seu nome.
Se a noite for a criança,seremos o brinquedo.
Se sentires frio,te esquentarei.
Se for pra olhar em seus olhos,quero ver sua alma.
Se for pra mentir,inventarei minhas própias verdades
Se for pra me apaixonar não quero sofrer outra vez mais.

sábado, 6 de outubro de 2007

Seu sínico desejo


De longe sinto o cítrico cheiro do seu corpo
E ainda posso ouvir sua rouca voz a permutar ao som do violão.
Cada vez mais os pesadelos são reais,
As mentiras estão se tornando inúteis verdades
E as feridas,infelizmente,estão cicatrizando.
Mas,eu já não sou tão inocente assim.

Meus olhos vermelhos te causaram um súbito medo do amanhã
Mas,o amanhã já não mais existe como antigamente.
A criança pueril que você conheceu,
Já não habita esse planeta,morreu.
Morreu juntamente ao seu apático tratamento a mim.

Meus ávidos desejos secretos e minhas lágrimas de sangue
Estão cada vez mais idealizados na minha mente insã.
E o que sobrou?

Só as sombrias almas vem me visitar
E agora você vem dizendo que ainda gosta de mim?
Você me entorpeceu,
Fez-me sentir o que nunca havia sentido
Por quase um segundo te odiei

E agora que reconstruir meu castelo de areia
Você quer o que nunca teve?
Sínico o seu desejo por mim mas agora estou bem.
Já respiro o ar puro
E acordei da morte eterna,mesmo sem querer.
E os meus olhos ainda ardem ao vê-lo com outra que não seja eu.

Coisas sem sentido


Quantos suicídios mais terem que cometer para que o desejo insaciável da morte eu venha ter?
Os gritos no escuro não assustam meu coração
o barulho faz mal a mim.

Estou numa prisão até o meio dia de hoje,de amanhã,de depois e de depois,depois e tudo isso mais.
Os amigos agora me parecem desconhecidos,
E essa vaga idéia de que posso ser feliz,
É o que dá esperanças para continuar no caminho que você traçou para mim
Pensando que um dia eu não serei livre
E voar até onde você não consiga me alcançar.

E os meus falsos amigos já não estarão ao meu lado,
Pois antes eles descobrirão quem sou
E a verdade dói.
A perfeição não serei eu

E vou olhar bem nos teus olhos
E te arrancar confissões que você jamais teria feito.
E te atormentarem com gritos de horror,
Ate que você mesmo mate-se
E eu não serei culpada aos olhos dos pobres mortais
E eles não saberão que fui eu.

Seus sentimentos não importam pra mim,
Como os meus nunca te interessaram
De repente tudo muda
E eles te dão fórmulas para salvar-se mas, elas não funcionam
Estamos todos mergulhando na destruição.
O amor já acabou há muito tempo
O que há é apenas uma competição desenfreada para ser melhor
E já não somos todos iguais aos olhos de Deus.
Nem somos tão perfeitos como julgávamos ser...

Triste descoberta


O que adianta o livre-arbítrio se não posso me matar?
O que adianta querer o que você pode ter?
Por que não posso tirar uma vida,quando essa vida é a minha?
Isso é uma contradição em termos.
E eu não sei que bicho sou,quem dirás o que serei quando bicho grande eu for.
Sei que vocês nada entendem da minha morte
mas,não peço explicações.

Eu sou descendente de mim mesma
E mim é descendente de eu
Minhas redundâncias não explicarão os sinônimos e antônimos que uso no sentido contrario.
Não tente entender a mim,pois isso fará você sofrer
Quando descobri que já não sou imortal,como acreditava ser,
Nem sou tão perfeita como você acreditava
E de que guardo segredos mortais ao respeito de quem você nem conhece,
e nem vai conhecer.

Você sorriu e me cegou com o brilho de seus dentes brancos
E seus olhos já não mostram o caminho para o jardim do Éden.
E eu já não sei quem fui,quem sou ou quem serei.

Quando faltar a coragem,as esperanças também não existirão
E o desejo já não me diz nada
Já não obedeço meu corpo,já não sinto dor
A mente me possui mas não tenho passado para ser assim
E não luto contra o que não poderei vencer

Os retumbantes da morte me perseguem
Ela e minha amiga,a única.
Ela me explica o que virá depois que o tudo não mais existir
E o nada prevalecer diante do escuro do novo mundo
Mas,ainda vejo essa luz cinza
E então o fim não acabou ainda.
“E quem diz que me entende,nunca quis saber”.